A riqueza cultural portuguesa manifesta-se numa grande variedade de formas de dança e cantares de norte a sul de Portugal. Das influências palacianas às influências de diversos povos que habitaram diferentes partes do território, vamos ver uma riqueza etnográfica espantosa, para a dimensão do país.

É uma aldeia da costa, a cerca de 100 quilómetros de Lisboa, onde ainda hoje é possível ver mulheres de idade nos seus trajes tradicionais. Dança-se descalço, como seria na areia da praia, nos intervalos entre a pesca e o concerto das redes. A cadência faz lembrar, o movimento das ondas, com idas e vindas, o crescer e o recuar. A vida no mar, e as tragédias que atingem os pescadores, são a base da letra de muitos fados.

O Ribatejo, terra da lezíria, onde a criação de gado trouxe riquezas durante muitas gerações, tem uma cultura própria, e aprimorou o fandango, dança de despique, entre homens, mostrando cada um os seus dotes num sapateado que faz lembrar o bater dos cascos de um cavalo.

A Beira Baixa é uma terra pobre, em que a pastorícia era uma das formas mais usuais de sobrevivência. Poucos homens, que a necessidade fazia emigrar, ficam as mulheres sós. Estas juntam-se para cantar ao som dos adufes, instrumentos pobres, de percussão, feitos de peles das cabras, esticadas num esquadro de madeira. As vozes, nos vales escavados entre montanhas graníticas, ecoavam à distância.

Na pequena cidade de Miranda do Douro, uma zona isolada entre as montanhas e a fronteira com Espanha, guardaram-se as tradições célticas das danças guerreiras. Uma dança de homens, que coreografa movimentos de luta de paus, com o exotismo de trajes que remontam ao saiote masculino.

A mais antiga cidade universitária portuguesa, tem uma canção própria, em forma de balada, e que é cantada sobretudo pelos estudantes ás suas apaixonadas. Enaltecem os amores, a cidade e toda a sua vivência e histórias.

No norte do país, entre as montanhas e o mar, teve origem Portugal. Este povo sempre demonstrou a sua força de caracter, sendo a única região portuguesa em que ainda toda a população tem trajes tradicionais. A força dos seus costumes, fez com que a mais característica das suas danças, o Vira, seja a mais conhecida das danças folclóricas portuguesas.

Terminamos a noite da mesma forma que começámos: com alguns dos fados mais populares e com outras formas de canções com ele relacionadas – as marchas típicas de Lisboa. Bem leves, exaltam as virtudes dos diversos bairros de Lisboa durante a disputa do concurso da melhor marcha, durante as festas do Sto. António.